13 de mai. de 2015

BRINCAR DE VIVER

"prólogo"

As crianças brincavam muito animadas naquele dia de sol morno.

Era uma alegria que transbordava naqueles risadinhas fininhas próprias daquela idade. Os meninos corriam uns atrás dos outros ralando os joelhos das calças compridas já remendadas com pedaços de panos diversos. Empurravam-se e derrubavam-se quase que propositadamente no chão de areia. Vez ou outra esbarravam numa das meninas que de tão frágeis caiam. Algumas choravam, outras já estavam acostumadas, continuavam as brincadeiras delas que sempre envolviam bonecas, instinto natural de cuidar de crianças . A idade entre 3 e 5 anos proporcionavam-lhes muita energia.

Uma das tias da escolinha lia uma revista, confortavelmente sentada numa cadeira enquanto alternava o olhar para as crianças.

Uma nuvem de chuva insistia em tentar encobrir o sol. Havia no ar uma desconfiança de que algo de terrível poderia acontecer a qualquer momento com uma daquelas crianças. Um fato que iria mudar completamente o desenrolar de sua vida futura e de como se relacionaria com as outras pessoas.

Sim, estava próximo de acontecer pois ouviam-se vozes do interior da sala da recepção e eram firmes, impositivas e ameaçadoras.
É bom mesmo escrever em vermelho porque sangra!


"Eu prefiro ter a beijado uma vez, ter a abraçado uma vez, ter a tocado uma vez do que passar a eternidade sem isso."
Cidade dos Anjos